Em uma visita a Casa da Alfândega – centro de artesanato e cultura popular de Florianópolis vejo uma peça que me chama a atenção pelas cores e pelos diversos personagens retratados. Como tenha fama de curioso e de procurar interagir com as pessoas lá estou eu perguntando a uma vendedora do centro de que se tratam aquelas ilustrações. - Hora é o Boi de Mamão! – responde ela. E aí pergunto: - Mas o que é Boi de Mamão? Rapidamente ela chama um senhor e tenho uma aula de cultura popular catarinense. O tal senhor chama-se Olivério e há mais de cinquenta anos ele coordena um dos mais tradicionais bois de mamão do Estado de Santa Catarina. O tal boi é uma espécie do boi-bumbá nordestino e hoje é uma das tradições folclóricas mais conhecidas do litoral do Estado de Santa Catarina. Conta-se que certa vez, em Santa Catarina com pressa de se fazer uma cabeça para um boi de pano, foi usado um mamão verde, o que levou a denominar-se deste então de boi de mamão. Trata-se de uma ence
O sudoeste paulista ficou conhecido como o “Ramal da Fome” desde as décadas de 1920 e 1930. Isto porque o trem, principal meio de transporte da época, saía de São Paulo e, ao chegar a um determinado entroncamento, desviava o carro-restaurante para Bauru. Aos passageiros que seguiam em direção ao sudoeste era servido apenas um acanhado sanduíche de mortadela com guaraná quente. Daí uma das explicações para o nome de Ramal da Fome. Só que conversando com um historiador da cidade descobri que a coisa é bem diferente. Quando Júlio Prestes foi eleito Presidente do Brasil e fora impedido de assumir devido ao golpe de Getúlio Vargas e ele sendo da região a maioria dos projetos e programas do governo deixaram de beneficiar aquele povo por trata-se da terra do opositor getulista. Uma outra explicação para o termo Ramal da Fome que acabei descobrindo. É ainda uma região muito carente devido aos índices de desenvolvimento humano de seus municípios encontrarem-se baixos. Mas a região é reconh
Vendo os jornais de hoje, várias são as matérias e as fotos da Presidenta Dilma Roussef, em visita ao nordeste vestida com um gibão de couro que lhe presenteou uma liderança daquela região. O gibão de couro não é somente uma roupa. Para os vaqueiros e sertanejos além de seu instrumento de trabalho é também um objeto sagrado. Pode ser comparado as armaduras usadas pelos soldados e guerreiros que seguiam para as grandes batalhas. É uma vestimenta que protege aqueles que trabalham na caatinga dos espinhos e do sol. Mas também é motivo de orgulho para estes homens que no período de seca tem que percorrer longas distâncias para levar os animais em busca de água. O gibão é tão sagrado quanto o anúncio da chegada das primeiras chuvas.
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