Clarice Lispector e o Futebol

Hoje mais um jogo da Copa do Mundo: Brasil x Chile.

Não sou nenhuma referência de torcedor de time de futebol nem mesmo quando joga a seleção brasileira.

Aproveito estes momentos para encontrar os amigos, bater papo, receber para almoço na minha casa. Os que curtem futebol ficam lá assistindo e avisam a hora do gol e lá estou para ver.

Relendo a Descoberta do Mundo uma coletânea de crônicas da minha autora preferida Clarice Lispector vejo um texto dela em homenagem ao jornalista Armando Nogueira que tem como título Armando Nogueira, futebol e eu, coitada.

Transcrevo o trecho que achei interessante:

"Então, na minha avidez por participar de tudo, logo de futebol que é Brasil, eu não vou entender jamais? E quando penso em tudo no que não participo, Brasil ou não, fico desanimada com minha pequenez. Sou muito ambiciosa e voraz para admitir com tranqüilidade uma não participação do que representa vida. Mas sinto que não desisti. Quando a futebol, um dia entenderei mais. Nem que seja, se eu viver até lá, quando eu for velhinha e já andando devagar. Ou você acha que não vale a pena ser uma velhinha dessas modernas que tantas vezes, por puro preconceito imperdoável nosso, chega à beira do ridículo por se interessar pelo que já devia ser um passado? É que, e não só em futebol, porém em muitas coisas mais, eu não queria só ter um passado: queria sempre estar tendo um presente, e alguma partezinha de futuro."

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