Fotografias em queda livre revelam mais do que a leveza do ser




Em tempos de virtualização e desaparecimento do espaço público, fotógrafos internacionais se dedicam a imagens de pessoas levitando ou em queda livre. Entre eles, o brasileiro Aziz Ary com o projeto "Voar é preciso".

Nos últimos anos, fotos de pessoas pulando, levitando ou em queda livre viraram tema, não somente através da fotografia artística, mas também por meio de atividades físicas como o parkour, a arte de encurtar a distância de um ponto a outro usando apenas a habilidade corporal – como atravessar a cidade pulando telhados e ultrapassando obstáculos.

Uma tendência que também se evidencia na propaganda e no cinema, como mostra o caso do filme Jumper (saltador), lançado em 2008. O mais interessante é que artistas de diversas partes do mundo parecem abordar o mesmo tema, muitas vezes sem tomar conhecimento da obra semelhante de outros artistas.

Embora com diferentes entornos, cores e locações, a fotografia em queda livre hoje faz parte do trabalho de diversos fotógrafos internacionais, como o francês Denis Darzacq, o americano Elijah Gowin, a alemã Julia Fullerton-Batten, o chinês Li Wei, a inglesa Sam Taylor-Wood e o brasileiro Aziz Ary.


Feitas sem nenhum truque fotográfico, as imagens de pessoas levitando que o brasileiro Aziz Ary realizou em diversos lugares do mundo aludem a um sonho de liberdade, de transcender o comum levando consigo quem se dispuser, afirmou o fotógrafo à Deutsche Welle.


O que começou como uma simples ilustração no perfil que mantinha numa rede social na internet suscitou o interesse de muitas pessoas. A partir daí, Aziz Ary teve a ideia de dividir essa "miragem fotográfica" convidando, através da internet, amigos e desconhecidos a participarem das fotos.


No projeto, que o autor chamou de "Voar é preciso", as pessoas são convidadas a abandonar o solo segundo suas capacidades físicas. Aos internautas que lhe perguntam como faz suas fotos, Aziz Ary responde: "Muito simples. Você quer voar também?".


Durante os meses que passou na Europa recentemente, a quantidade de pessoas interessadas e dispostas a fazer as fotos tornou-se maior que seu tempo disponível, conta o fotógrafo. As imagens surgiram espontaneamente durante os encontros com os modelos, a partir da influência do local, da luz, do imprevisto, acresceu.


Aziz Ary explicou que uma situação recorrente é a escolha de algum local próximo à moradia dos modelos, que participam ativamente do projeto através de afirmações como "Quero voar sobre a ponte que atravesso todos os dias", "Tenho um velho jacaré empalhado, posso voar com ele?" ou "Sou dono de um bar. Que tal fazer levitar toda a minha clientela?".



As fotos de Manoel Timbó foram feitas em Janeiro de 2010 na Estação Ferroviária João Felipe em Fortaleza/CE

Comentários

Lilian disse…
Bons voos em 2010, Timbó.
Joana França disse…
muito legal, timbó.
e chique.
beijo
Hector disse…
Oi meu amigo,

Interesantes fotos com o cearense levitando, será o estado de santidade e pureza?

Rs
Alcides Simões disse…
oi!!!! que estoria é esta de leve, vc. não tem nada!!!!
só porque deu uns pulinhos vai ficar leve!!!!
Celso disse…
Oi Manoel,
Muito bem escrito.
Tonel, meu querido amigo,
As fotos revelam, muito bem, que talvez com a leveza do ser, seja possível, para nós simples mortais, levitar. Parábens pelos textos, que hoje tive a oportunidade de ler e de me sentir bastante orgulhosa por você.
Beijos Lia
Adri disse…
Adorei essa! é uma grande evolução pra quem começou posando no zabelê, hein?! ainda tenho essas fotos guardadas... kkk Bjim, Drica
Terezinha Timbó disse…
Legal,Tel, um beijo.

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