Viagem ao Maranhão Fabuloso






Da varanda do ferry-boat eu vi beleza!
Eu vi água e senti o vento que no mês de agosto sopra nos trópicos mais forte e mais quente,
Porém o mar estava calmo, nenhum pouco revolto, tão sereno que não sentia nem balançar a embarcação.
Anunciava a chegada de uma chuva e de repente um lindo arco-iris se descortina no céu.
As ilhas na Baia de São Marcos com sua extensa vegetação e suas lindas e brancas garças num encantador sobrevôo.
As longas e extensas terras cobertas de buritizais ao lado do mar. Quanta riqueza natural.
Que Maranhão lindo e fabuloso!
Realmente Pero Vaz de Caminha tinha razão ao escrever a sua carta ao Rei de Portugal: “nesta terra em se plantando tudo dá”.

Aqui no alto deste barco fico a lembrar das belezas e riquezas que vi nesta terra.
Vejo as escadarias e ladeiras da Rua do Giz, Os paralelepípedos da Rua do Sol, até aqueles que estão se soltando respiram cultura.
Passar por cada um é como folhear as obras de Aluisio e Artur de Azevedo, de Gonçalves Dias e Josué Montello, do Graça Aranha com seu Canaã. Lembrei até de minha terna idade quando a Gorete vinha ver se eu tinha feito a ficha de leitura dos livro pára-didáticos.
Fecho os olhos e vejo Coelho Neto nos bares, declamando naquela roda de boêmios e com o seu humor sempre ferino criando causos com alguém.
Escuto tambores tocar, movimento de negros, índios e portugueses.
Será o anúncio de mais um Bumba-meu-boi? Ou será um folguedo maranhense? Quiçá uma roda de tambor de crioulas? Pode ser também uma Festa do Divino! É tudo isso junto minha gente! Pois me aproximo da Casa da Festa. Este lugar que temos a grata satisfação de conhecer todo o que se comemora no Maranhão.
Já me sinto meio exausto principalmente pelo sol que hoje mais do nunca exala raio de muito calor. Resolvo relaxar um pouco e no oitão da Escola de Música Lilah Lisboa sento e começo a me deliciar com bombons de cupuaçu e bacuri. Olho para cima e vejo belos aluzulejos portugueses e franceses.

Aí, vem àquela lembrança do passeio pelo Rio Preguiças, das comunidades ribeirinhas, das artesãs de Barreirinhas que com os seus frenéticos movimentos são capazes de criar verdadeiras obras de arte com a palha do buriti. De suas mãos saem: bolsas, toalhas, carteiras, enfeites de mesa.

Da tranqüilidade do mar de Tutóia que simplesmente passeava pelas areias brancas e vinha como as brumas de avalon num silêncio quase sepulcral para não acordar nenhum ser que procurava descanso.

E aí religioso como sou o que tenho a fazer é agradecer a Nossa Senhora da Vitória que como diz os que lhe louvam: Vitória tu reinará! Ó Luz que não se acabarás! Lembranças que jamais se apagaram de minha memória.

Dos passeios pela Igreja do Carmo, de São Pantaleão, de São João Batista, de Nossa Senhora dos Remédios, do Convento das Mecês.

Me sinto neste momento um verdadeiro descente de La Ravardiere. Que sábios franceses que aportaram por estas plagas.
E ainda lembrando do que vi e vivi em terras maranheses não posso deixar de citar que por todos os lugares que passei de Bequimão a São Bento, de Tutóia a Barreirinhas, do Cujupe a Paumeirandia, da Vargem Grande a Bacabeira, de Santa Rita à Santa Quitéria do Maranhãio, de Humberto de Campos à Paulino Neves, do Itapecuru ao São Bernardo uma riqueza e uma beleza natural indescritível.

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