Rede dos Amantes


Rede de dormir,

Rede de algodão, de tucum, de palha e de cipó como usavam os indígenas.

Rede para relaxar e dá um bom descanso.

Interessante que seu nome fora dado pelo escrivão mor Pero Vaz de Caminha ao avistar os aborígines que habitavam estas plagas.

Qual residência no nordeste não se tem uma rede? Em quão longínquo rincão do Brasil não se vê uma rede pendurado no armador!

A rede também se modernizou, de artefato indígena usado como leito, hoje ela é usada como peça de decoração.

Das tribos ela seguiu para o mundo.

Até no Planalto Central eu a vejo.

Vejo-a e imagino com deve ser interessante deitar-se nela numa noite de lua cheia, tendo apenas as estrelas como testemunha.

E se tiver nela acompanhando melhor ainda.

Na rede, poucos sabem, mas também se namora e se faz amor.

É um amor diferente.

Os cinco sentidos são mais bem aproveitados.

Na praia sente-se a brisa e avista o mar.

No sertão e no cerrado aprecia-se o brilho do céu e o olhar de prazer do parceiro.

Os beijos são mais intensos e voluptuosos e tem um sabor mais profundo.

Pode ser também um verdadeiro teste de equilíbrio, principalmente na hora em que se anunciam a chegada daquele que vem consolidar à noite de amor... o orgasmo dos amantes.
Pernas tremulam, corações aceleram, suspiros mais ofegantes.

Juras de amor são pronunciadas, falhas são perdoadas.

E o sonho de ter-te é realizado dentro de minha rede.



Texto escrito em homenagem a uma pessoa especial. Depois de uma viagem ao Bico do Papagaio - To, numa tarde de 39º. em Imperatriz no Maranhão já voltando para deitar numa rede em Brasília.

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