Babilônia x Verdades Secretas
Recentemente um assunto tomou conta do debate nas redes
sociais, nos programas de entrevistas e nas conversas entre amigos: o
beijo de duas mulheres no primeiro capítulo da novela Babilônia.
Por conta deste beijo e do relacionamento entre as personagens
Stella e Tereza, tão bem interpretado por duas grandes atrizes brasileiras,
Nathália Timberg e Fernanda Montenegro, entrou em cena um grupo de pessoas,
que se diziam “defensores da moral e das famílias”; tudo isso capitaneado
principalmente pelos fundamentalistas religiosos, tanto católicos quanto pastores
evangélicos, “supostos” defensores da manutenção da família.
O centro das discussões eram os valores tradicionais da família
que “estavam sendo abalados” e não se deveria apresentar este tipo de relacionamento
numa novela em horário nobre.
Agora em exibição outra novela, Verdades Secretas, que
aborda alguns temas polêmicos, dentre eles: book
rosa - nome bonito para prostituição de jovens-meninas-modelos, que querem
fazer sucesso a todo custo - e o mais complexo de todos: o relacionamento extraconjugal
do padrasto bem mais velho com a ainda adolescente enteada.
As duas mulheres que viviam na novela anterior uma relação homoafetiva
e que falavam quase que de forma poética de amor, respeito e cumplicidade,
foram alvo do “exército fundamentalista”, enquanto o personagem da novela atual
- que é frio, calculista e usa de seu poder financeiro para comprar a esposa e
todos à sua volta, seduzir a enteada e as mais diversas modelos que são adeptas
do tal book rosa -, não é alvo de nenhum
comentário dos “guardiões da moral e dos bons costumes”, ainda que suas ações
estejam totalmente fora dos bons padrões familiares e do que se espera de um “homem
cristão”.
Será que isso não é uma forma de destruição de família? Será
que não temos nesta novela cenas bem mais fortes, onde a enteada transa
com o padrasto na cama da mãe, enquanto esta vai ao cabeleireiro?
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